quinta-feira, 24 de março de 2011

carta a colégio de maceió

No último carnaval, eu (@lucascrbarros) e Pollyana (@Pollycristina), nos espantamos quando fomos buscar o Caio e a Anna Júlia no colégio. Cenas lamentáveis de exposição da sensualidade numa entidade destinada ao ensino. Eis aqui a carta que escrevemos para os diretores da mesma.

'Somos os pais de duas crianças que estudam em suas instalações. Não podemos deixar de dizer que como entidade de ensino, nossa admiração é por vocês imensa, mas essa admiração não pode ser motivo da omissão de uma específica insatisfação de nossa parte. A obrigação dos pais e dos colégios, como auxiliadores da família, é informar e instruir corretamente as crianças sobre todos os assuntos e não creio que isso tenha sido feito por vocês no último dia 04 de março. Eu, particularmente, nunca fui fã nem freqüentador do carnaval, mas como parte de nossa cultura sei a importância que ele tem, o que não pode deixar de ser informado para nossos filhos. Mas o que vocês fizeram absolutamente fora dos padrões culturais e morais do real carnaval. Permitam-nos listar o que vimos no pátio do colégio:

· Crianças rebolando e dançando sensualmente ao som de músicas no mínimo dúbias ou diretamente relacionadas ao ato sexual. Eis aqui trechos das músicas que escutamos enquanto assistíamos o ‘baile’ de carnaval:

o ‘Pega na cabeça e vai... Pra frente, pra frente. Cintura, cabeça tchu bira biron... Olha pra frente, pra frente. Cintura, cabeça tchu bira biron’.

o ‘Foge! Foge Mulher Maravilha. Foge! Foge! Com Super-Man’.

o Ei tu que beber?- Quero não! Não quer por quê? Por nada não! Tu que fumar? Han han! Não quer por quê? Vou não, quero não, posso não, minha mulher, não deixa Não.

o Aconselhamos aos dirigentes do colégio a assistirem aos vídeos na internet das músicas acima listadas.

· Não admitimos sob hipótese alguma a explicação de que a música não se refere ao ato sexual, até porque qualquer pessoa com uma capacidade mínima de entendimento sabe que o cantor não fala ‘foGe’ ele claramente deixa no ar a palavra ‘foDe’.

· Professores apoiando a ‘brincadeira’ da molecada ao som dessa música de ‘carnaval’.

· Nossa família isenta nossos filhos do contato com fumo, bebida e sobre tudo imposição da opinião do pai sobre a mãe como da mãe sobre o pai (vou não, minha mulher não deixa não). Nossas decisões são em conjunto. Como dizemos para o Caio e a Anna Júlia: - Quando um de nós fala, é como se o outro estivesse falando.

Não podemos deixar de imaginar os problemas que tais atos podem trazer para a formação do caráter de nossos filhos.

· Como, agindo dessa forma, podemos nos queixar do alto índice de gravidez na adolescência que aflige nosso país?

· Como, agindo dessa forma, podemos privar nossos filhos de valores apodrecidos e tidos como normais?

· Uma criança rebolando ao som dessas músicas de ‘carnaval’ pode despertar ou não olhares de alguém psicologicamente doente?

· Onde fica o carnaval (sem aspas) nisso tudo? A não ser que o carnaval esteja contido apenas na citação ao sexo, bebida, fumo e conflito de interesses dentro da família.

Nós acreditamos que a família é um dos poucos alicerces da sociedade, e também sabemos que não restam muitas de pé. Nós, Lucas e Pollyana, vivemos ‘na pele’ o que é terminar uma família e começar outra, e talvez por causa disso, damos tanto valor a ela. Os meninos não entenderam quando, em casa, explicamos a eles que talvez eles não participem mais das festas organizadas por vocês. Esperamos muito levá-los a festa de páscoa, natal... Todas sem aspas e sem valores errados. Por favor, nos ajudem a preservar em nossos filhos a cultura, os valores familiares e a educação com a qual vocês nos encantaram em janeiro'.

Lucas Barros e Pollyana Barros.

Maceió, 11 de março de 2011.